quinta-feira, 3 de maio de 2012

foste má...

     Era uma manhã fria e escura de abril, estava-mos em 1979 e a sombra caía sobre todo o ser passante, ousador que saía das habitações velhas e curvadas sobre si mesmas.
Nesta terra nada é branco ou brilhante, a humidade já se desviou de ser humana passando a ocupar o lugar da eterna existência. O Sol nem medo já tem, nem se quer se lembra de tal existência para sempre coberta pelas densas e arruinadas nuvens de negra cor e negra alma.
Por este ambiente baço e pesado brilham os olhos de quem os abre, de quem os chora somente, de quem os liberta da prisão que é a chuva, ou melhor as saudades da mesma. Por aqui a chuva não se honra a aparecer. 

Seria somente nos olhos chorosos e vermelhos daquela criança de que todos esperamos, essa que ainda não sabe que existe mais nada para além da terra. Ela que jurá-ra nunca deixar a sua família, será incontrolável! será feroz! será má! e será linda pois o sempre foi e nada lho tirará, nada nem como palavras que ecoam por entre becos brancos de neve, não sabe ser de outra forma, protege-se do interminável inverno que não conhece, do inconcebível sol que nunca há de ver... só mesmo, e nunca há de depender dela... tocar.





assim de uma vez só. para contar uma história que nem nunca fez parte do princípio. para tentar encontrar o fim, sem início... nem fim.

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