quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Floriláudiana



Pela Florinda volto aqui

Já tem mais de setenta anos mas nem um cão guarda fora da memória.
Eu não sei o que é mas vamos lá entrar outras muitas vezes, nomeadamente camufladas, nomeadamente tenho dezassete filhos, nomeadamente só três porcos, três educados e outros tantos labregos.

ando atento a cheiros que não devo.



De tão pouco te ter olhado penso já ter descoberto mais beleza do que posso albergar.

menina roxa ultravioleta de mãos partidas e frias e queimadas



sábado, 29 de abril de 2017

Clementine


(Escrito a 17/04/2016)



Olá antiga e linda pessoa

foi inacreditável...
não consegui descolar a minha mente de ti
talvez devesse ter conseguido, parecia uma criança...
a minha amiga mestre perguntou-me o que é que eu ia fazer para aquele sítio?
não tive resposta. se calhar abrir, se calhar fechar... o problema é que não soube nem sei.

Reli o que tinha escrito à mais de um ano e quase chorei... como é isto possível? 
será que consegui congelar-te dentro de mim este tempo todo? certamente não...
será que mesmo depois de não me lembrar da tua cara, de tanto se ter apagado dentro de mim, de não te falar durante tanto tempo, de te teres transformado tanto, de me ter transformado a mim, de finalmente ter encontrado alguém!

Este não é um sítio de raiva... e eu tão pouco.


Só consigo pensar no esotsm, quem me dera poder apagar tudo... dava tudo o que passámos de bom para passar por tudo outra vez...


Dava tudo... para te ter conhecido ontem.


Até sempre.




(de alguma forma, senti que chegara o tempo certo de te soltar, texto)


segunda-feira, 27 de março de 2017

chicolate



rola
que amanhã
estarás mais perto,
por certo.

adeus
que nunca te fez esperar
o aberto,
o incerto.

fecha
a casa mal tratada
e achada, dentro
de mim.

e estar aqui
aumenta o saber,
que não queria saber
de ti.




quarta-feira, 22 de março de 2017

Da perfeita noite


Estava frio e tudo. Como gosto.

e falámos

no foz       ,


A cada segundo de cada minuto. a cada instante que persisti, e falei... 
que coisa mais estranha, falar contigo. era algo tranquilamente passado. o tapete já regularizara por si só, a montanha que lhe amaldiçoou o interior. sem pisar muito, sem pensar muito. consegui deixar se sentir na planta dos pés, as sementes germinadas de um lindo bambu afiado.

...só pensei em segurar a tua mão para sempre.



Nem sei o teu desenho físico, nunca espreitei... 
não é disso que se fazem as tuas mãos.



"I've been mad for fucking years, absolutely years, been
over the edge for yonks, been working me buns off for bands..."
"I've always been mad, I know I've been mad, like the
most of us...very hard to explain why you're mad, even

if you're not mad..."




PS. deixo cair os objectos, faltam-me dedos.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

_________________




Havemos de tentar sobreviver, com lápis e pincéis e jogos de falar a sério.
Numa pequena porção de ar, com vista para a rua. Sentindo todos os cheiros poluídos e imaginando outros floridos. 
Respirando as correntes de ar e o bolor da parede. Vendo-as amarelecer lentamente com o verão.
E nas grades ferrugentas nos apoiaremos, com a ocasional dúvida fatal oxidada. Gastarei todo o carvão. 

Hoje estou para que então possa ser.



sábado, 21 de janeiro de 2017

A MAR






"About ten years ago or so, I locked myself away in a house near the ocean and I tried to... I said I was trying to write music, some of which would end up on Fragile. But what I was really doing... was trying to kill myself. The whole time I was away, by myself, I managed to write one song... which is this song. So when I play it, I feel pretty weird about it, because it takes me back to a pretty dark and awful time in my life. 
Is weird to think how different things are now. I'm still alive, haven't died yet. I'm afraid to go back to that place because it feels kinda haunted to me. But I'm gonna go back, and I'm gonna get married there."

Trent Reznor



quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Tm Wj Ss



And in your own mind you know you're lucky just to know her
And in the beginning all you wanted was to show her

But now you're scared
You think she's running away
You search in your hand for something clever to say
Don't go away





segunda-feira, 21 de março de 2016

febre febre febre




Há varetas mais frágeis
fogos mais inundáveis 
e ainda passarinhos mais apetitosos
do que eu, pau de gelado ardente.
jámais quero tremer tanto.

leva contigo o calor malvado
o frio abarracado 
usa tudo o que tens
e voa por aí, com acentos ou não
explode o meu topo linguístico

tinha ontem um compromisso
que levei mais ou menos a preceito
era o de ir para o paraiso
conceito, conceito, conceito

de baixo de água ouvi
a chuva que acima de mim rosnava!
não tive coragem... se não voltava
lá me afundei, e morri.




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

TSG




   Estou sentado atrás deles, bem atrás deles. A distância é a suficiente para evitar um toque esticado e ao mesmo tempo permite sentir a respiração inacabada, não a partir de som ou partículas mas por pura sensação. Eles exaltam-se, acalmam-se e continuam para sempre. Estamos nessa sala à demasiado tempo, já não o conto à anos ou décadas. Ela lá está, onde sempre deveria ter estado. E eles também, fisicamente e espiritualmente.
   Observo-os como se do universo se tratasse. Tudo o que podia ter feito, e tudo o que fiz se resume àquilo que vejo por entre cada vez mais fechadas persianas minhas.

   Cai ao chão o meu cigarro apagado. O não apagado por mim.



sábado, 6 de fevereiro de 2016

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Jimi Negra




E lá nas novas areias vermelhas do Alentejo
provo o mel de uma flor chamada, melancolia
E as gentes afundam-se enquanto da-mos as mãos
Porque eu sou uma criança,
e tu bem sabes que eu sou uma criança.


sonho,


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Respirar sim



Respirar uma lua de Abril
como tirei da cartola um dia, 
alinhado por onde teria 
alinhado a primeira vez.

jovem e ponderaria
que lógicas me trazes tu?
levada por máquinas e monstros
vermelhos e azuis luz.

um que flutua, outro que
pesa e leva-me a mim.
já o vi de cima e de baixo,
falta ela, acompanhar-me sim!



SONHO!!!

sábado, 2 de janeiro de 2016

para continuar, viver, ti



Há dias de descanso. Este poderá ser um deles.

falarei de tranquilidade, de confiança e de amor.


à janela


sonho,
sonho,

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Vicente, o necrófago

Ele espera, nós esperamos. Paciente e impacientemente, esperamos por nós mesmos. Que avanços da ciência, mudanças de paradigma, primeiras mudanças, segundas mudanças, terceiras mudanças e por fim a morte e a sua previsível ingestão, com ou sem indigestão, podemos esperar encontrar? Todas aquelas que vamos fazer!
1: Nós vomitaremos confiança!;
2: Nós mataremos tudo o que será proibido matar!;
3: Nós proibiremos as proibições!;
4: Nós devoraremos os cadáveres dos antigos e queimaremos os nossos!

Sr. Vicente seja bem vindo. Hoje nomeado e a 19 nascido. Obrigado André, obrigado ao outro. Aguardas a nossa morte para voares, corvo negro corvo negro, trazes os lindos vermelhos aromas da mudança contigo, na grande bolsa de pedra branca, com um chapéu gondoleiro veneziano.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

SD



Flying white horses took me away
from the french dream that I had.
only two paper boats remain
both in her hands, a thousand kilometers apart.



quarta-feira, 10 de junho de 2015

sete metro e 0 centímetro



        Passo por baixo do monstro, percebendo a sua fraqueza, o seu peso enorme, entrando por aí no meio do acontecimento.
        Um kart passa a correr, pelas rampas voa sem se aperceber de espessura nenhuma, atravessa um plano cego baixando a cabeça exagerada com medo de a perder. Agora vou entrar, no meio do acontecimento apercebo-me que posso. Porque não quero completar o percurso? Que curiosidade ,e faz ir procurar essa entrada?
        Eu entro num sítio que não é uma entrada (só). Ele existe para algo mais, ele seduz-me a pagar estadias repetidas com anos de distância. Ele sempre existiu! Ele pesa com o edifício, ele é maquete do que acontece por cima até ao céu!


"O Homem foi à Lua mas nós continuamos a sentar-nos em cadeiras."


domingo, 17 de maio de 2015

Bancos de espera



No meio do acontecimento que sempre existiu, 
seduz-me com anos de distância a entrar pesado até ao céu.


quinta-feira, 16 de abril de 2015

tão triste...



Apesar das Ruínas
Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.

Sophia de Mello Breyner Andresen



o José Mário diria obrigado Sophia
eu? eu não posso...


sábado, 31 de janeiro de 2015

Tenho demasiado medo...


Todos os dias apareces onde mais ninguém vê, umas vezes de fugida forçada, outras de permanência sofrida. É estranho como é que se pode demorar um mês a habituar à ideia, já vou no terceiro e ainda acho que não aconteceu de verdade.

uma banheira
uma aspirina
e um golpe longitudinal reconfortante...

e nunca mais pensaria, e nunca mais tremia. podia ser que valesse a pena.
sei que já viste isto acontecer perto de ti, 
não sei se estou mais perto ou mais longe.

Não posso arrumar o meu quarto... não paro de encontrar coisas. infinitas referências a um tempo verbal que já nem sei bem qual era ou é.

Continuo a culpar uma infantilidade, um desentendimento ou até um afastamento não controlado. Era tão bom não pensar... era tão bom despertar a minha mente e limpar, limpar-te, limpar-me de mim. 
Dos meus primeiros pensamentos foi: agora que estavas a ficar interessante é que isto acaba. É verdade. 

Não há parte boa, não há liberdade, não é leveza nenhuma. Há um peso enorme, imenso, nem o consigo ver todo, que recai sobre mim. E não se levantou um bocadinho, não se desgastou, ele não desistiu de me fazer desistir. talvez efectivamente ganhe.
Do que tenho mais medo é de te encontrar, não sei o que vou fazer, não sei o que quero fazer... muito provavelmente poupar aspirinas. 


Espero que tenhas notícias de mim a partir daqui, pode ser que não te tenhas esquecido. E não a partir de pessoas, essas é que quero esquecer. Ainda tenho o cabelo grande, cortei-o eu próprio à umas semanas, não num acto de raiva mas porque já estava farto de o ter escadeado. A barba também já não está como eu a fui deixando ficar, está normal, comprida mas domada. O projecto correu melhor do que estava à espera, não sei como é que me safei... acho que o meu professor percebeu e agarrou-me quando mais precisava. A casa está boa, temos dois cães, chama-se Django e é um pastor alemão com 3 meses, já está maior do que a Faia! Tenho saudades do meu amigo... muitas mesmo....
O meu pai ainda não voltou ao trabalho, acho que já não volta. Esta semana peguei na guitarra outra vez, já tinha saudades dela. Ando a beber menos leite. Fui ao oftalmologista e está tudo bem. Ainda tenho alergias. Não me lembro da passagem de ano. não te consegui responder, tentei durante umas duas horas... Veneza foi um sonho, nunca pensei existir tamanha beleza. Já não vai haver viagem a barcelona. Dei uma prenda ao francisco nos anos, gostei de a fazer. Estou de férias... não sei o que fazer. Tenho medo de andar na baixa. Tenho saudades da minha irmã, ela e o Jere estão um bocado tremidos... ela apoia-me muito. Ando a ler o Anti-Cristo. Já me apeteceu atravessar a ponte e voltar para trás, mas tenho demasiado medo...


terça-feira, 18 de novembro de 2014

A minha mente não é nobody

E finalmente sinto na verdade... a dor.

Cada dia que me lembro pior... Só penso na indiferença que me deste, já não existindo, como se nunca tivesse existido.

Penso nos nuncas. Nunca mais vou conjugar tantos verbos acabados em ar.

E quando estou melhor, quando me esqueço momentaneamente, e se é por causa de outrem, lembro-me da pendurada negação, que continua pendurada porque nem coragem para a enfrentar tenho. Não sei se devia ter... só se ajudar.
Falo para vós duas, não se conhecem, mas ambas lindas são. Uma mais do que outra, que momentaneamente decido. 

É mesmo difícil... a mais simples coisa treme-me. Nem é nada material, são só ideias e pensamentos. E não tenho ao lado quem suporte, falamos de trabalho, falamos de nada.

Não quero que sejas feliz, não quero enganar-me a pensar o contrário. Não me quero lembrar das coisas boas, essas é que quero esquecer. Como te esqueces-te quando chorei. Chorei de te ver assim, uma pedra fria e estática, segura do seu lugar que nunca tinha visto... 
Já não existes na realidade... espero que tenhas mudado para pior, porque ser melhor não melhora a improbabilidade de ser feliz. Nunca funcionou comigo, nada funciona na verdade. Nem espero mais nenhuma oportunidade, já conheço tanta gente de merda...

Vou desistir de todas, até que todas desistam de mim.
até deixar de sentir isto, sineira dor sem fim.
(gostava de despertar a minha mente) 
(vermelho)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

pelo menos

candidatos à ocupação indirecta deste silêncio
estrelas no leite
e sistemas abertos, recebem energia e eventualmente matéria
ainda Galileu me identifica e eu a ele,
julgando-nos pelo menos

quinta-feira, 13 de março de 2014

Onde te ligo com a luz de uma guitarra



Pode parecer estranho, mas que nunca me venha a acontecer...
todas as maças sabem pintar, tal como sabem bem... comer.

acabar por mal... acabar não sabe bem.

que papilas necessito? que pálpebras? para pintar melhor, para não levantar a cabeça, para juntar a letra J, só porque gosto dela...

gostava mais de desenhar, mas temos de respeitar os temas de cada qual. E aqui o tema é este, a pintura. As minhas paisagens estão aqui e atrasadas, uma interpretação da outra, não um espelho mas sim uma daquelas coisas que toda gente sabe. 

Ela sabe iluminar, e tão bem que sabe...


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Andar com morcegos



É como navegar por searas,
esperando um bater de coração...
que nos avise
da razão.

E que nunca nos faltem vapores
de carvão ardente formados.
Continuar a andar... continuar a cortar.
por entre searas viajados.

Ao outro lado chegaremos,
ao outro que nos diz:
"o sol brilha mais, onde brilha menos"
no outro lado... esperemos...

Pelo som nos guiamos,
como nos vê-mos.
pela esperança que amanhã
repetimos...



terça-feira, 9 de julho de 2013

Lembro-me de perder alguém...



Lembro-me de perder alguém... como se nunca o tivesse tido verdadeiramente nas mãos. Lembro-me de que não deixava passar um dia sem tropeçar e consequentemente cambalear, nesse alguém. E tanto que eu gostava de tropeçar e cambalear por causa desse alguém...
As pessoas merecem-se, são todas idiotas. Eu, que não mereço ninguém, sou feliz. Sou feliz por não merecer ninguém, por não ter de prestar rasteiras e outros favores a outrem. 
Só quando não sou feliz é que consigo respirar fundo... é agoniante tentar agora... perceber que não tenho espaço para mais nada e que, sinceramente, não quero ter. Por muito que me custe, não ter espaço dentro do meu peito para brincar às rasteiras é muito bom. Perde a piada por um lado, ganha muitas outras, por outro. A vida.

Guardar os outros de forma a me lembrar deles, é a atitude que torna estas frases tão belas para mim. O pensamento torna estas frases belas para mim. A minha imaginação também. Mas não a memória, essa é mesquinha e traiçoeira, cada vez me quero esquecer mais dela.

A contrário de ti, que cada vez me quero lembrar mais.



quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Lisbon Story








Já não existe na terra... mas ele persiste em que lugar? Há realmente um lugar próprio para os santos.
Deus existe... o universo foi criado por ele. E para que serve o universo se os Homens, se a humanidade desaparecesse? O universo seria inútil... ou será que ele tem em si próprio uma função sem a existência do Homem?
Nós! nós queremos imitar deus, e por isso há artistas. Os artistas querem recriar o mundo como se fossem pequenos deuses... e fazem uma séria... um constante repensar sobre a história, sobre a vida, sobre as coisas que vão passando no mundo... que a gente crê que se passaram, mas porque acreditamos... porque afinal acreditamos na memória, porque tudo passou... quem nos garante que isso que imaginamos que passou, se passou realmente...
A quem devemos perguntar? Este mundo, nesta suposição é uma ilusão... a única coisa verdadeira é a memória. Mas a memória é uma invenção, no fundo a memória... quer dizer, no cinema, no cinema a câmara pode fixar um momento, mas esse momento já passou, no fundo o que ele trás é um fantasma dessa momento, e já não temos a certeza se esse momento existiu fora da película... ou a película é uma garantia da existência desse momento? não sei, sei cada vez menos...  vivemos afinal numa dúvida permanente... no entanto vivemos, com os pés na terra... comemos... gozamos a vida...




sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Moshe Safdie


He who seeks Truth
Shall find Beauty

He who seeks Beauty
Shall find Vanity

He who seeks Order
Shall find Gratification

He who seeks Gratification
Shall be Disappointed

He who considers himself as the servant of his fellow being
Shall find the joy of Self-Expression

He who seeks Self-Expression
Shall fall into the pit of Arrogance

Arrogance is incompatible with nature
Thru the nature of the universe
and the nature of man
we shall seek Truth

If we seek truth we shall find Beauty

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Simulação (por onde a fome passa e esquece)








Olho para fora e vejo muitas horas dedicadas ao pensamento, a um pensar inútil, fraco, inexistente. Coisa falsa... coisa repugnante.

"O que é falso é horrível." bom ponto de partida.
"Temos de interpretar as coisas, pensar como e o que é significam."
Um certo homem que sempre pensou enganar toda a gente questionou tudo isto, por nunca aceitar o que lhe empurravam para o pensamento julgou nunca conseguir ser igual, ainda bem que não se enganou. Admiro-o bastante, e tal como ele espero nunca vir a ser aquilo que os outros pensam que sou ou serei. Não esperando admiração, mas sim liberdade, liberdade de conseguir pensar naquilo que quiser, porque isso não é uma questão de querer... Resta-me agradecer-lhe desde já, pelo pouco muito (espero eu) que me ofereceu.

A Verdade... consigo procura-la, mas nunca pareço querer encontra-la, encontro sempre algo que destrói a minha ideia actual... não sei se a culpa é minha.
A verdade artística não é a interpretação do passado, nem a representação pitoresca do mesmo, será então a criação? mas o que não é o acto de criar se não uma interpretação... Se calhar as coisas verdadeiras são as menos desejáveis... a Terra (até prova em contrário), o Universo, a vida... e deus? Não! nem deus terá sido um verdadeiro criador, se não um mero plagiador, o que é ainda mais horrível.

"O mundo está cheio de sinais e informações que representam coisas que ninguém percebe inteiramente, porque também essas, por outro lado, se revelam afinal como sinais para outras coisas. O que é verdadeiro continua escondido. Ninguém jamais o verá."

Zumthor não desiste da ideia que existem ainda coisas verdadeiras, a água, a luz do Sol, a música e até os próprios instrumentos musicais. Acho que está correcto, a música é verdadeira! O som, essa maravilhosa vibração que tudo une à sua volta.
Talvez seja isso... talvez exista solução para uma arquitectura verdadeira, essa verdade não passa pela imagem, pela inspiração ou pelo pensamento da luz (que tudo o que traz é falso e ridículo) mas sim pelo som, e pela sua capacidade de transformar as partes num todo, de unificar como linguagem universal que é.

Que delicado é tudo isto, e que lindo é o cinema, a pintura, o desenho e até a fotografia... 
que lindo e falso... que falso e lindo.

E até tudo o que se encontra neste negro fundo, que não passam de pinturas escritas, é falso... não existe...

quem me dera não ver...



até amanhã.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ver de Longe

isto é tudo muito chato...
sou muito chato ao vir para aqui dizer coisas, percebo-o quando leio outras pessoas a dizerem coisas. 

as mesmas coisas!! sempre!!

desta vez existe prazer neste negro fundo.



esta musica derrota-me... deixa-me nervoso.
uma violência bonita
uma guerra interior que sai como lâminas rasantes e lindas, de dentro de nós.
Sem um destino exterior... certamente por isso volte sempre, e demore tão pouco tempo a voltar.
esta agressividade é, para mim, das coisas mais belas. Como é que alguém consegue criar uma obra com a qual tem um conflito constante? E qual o resultado desse conflito? acho que nunca chega verdadeiramente a acontecer...  mas gosto de o desenhar, com linhas belas e puras, calmas e suaves. Assassinar o papel com a maior delicadeza, como se de te beijar se tratasse.



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

deita-o ao chão...








Is starting hard?


You know it is....

I don't know what you do when you start, but I clean my desk, I make a lot of stupid appointments that I make sound important. 
Avoidance, delay, denial.
I am always scared that I'm not going to know what to do... It's a terrifying moment...


And then, when I start, I am always amazed. So that wasn't so bad...




guardei-o para sempre... e só hoje, porque o deixei cair... porque se partiu, finalmente vi o que era.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

vê-se luz! amanhã






Vamos fazer as pazes, amanhã...

amanhã vamos conhecer-nos outra vez, uma outra aventura decididamente melhor e mais completa.

decididamente melhor e mais completa.

completa, pelo menos...


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

olha! sou eu...

há coisas bonitas...

já andas-te a vaguear por este negro fundo, mas agora tenho-te a meu lado com a certeza de que ficas. ficas da melhor maneira.

acho que não estava à espera de me surpreender, e foi exactamente por isso que aconteceu, porque baixei a guarda.

lendo-me assim até parece que digo alguma coisa de jeito...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

quero-me retirar para voltar











Quero focar imagens na minha mente, imagens a reproduzir no futuro, não através da imaginação mas da verdade.
E que melhor verdade se não a mas falsa de todas, a mais inexistente, desde sempre. O Cinema...
que lindo e falso se aproxima 



não tenho beleza nas palavras... não tenho a beleza que quero transmitir.
e estou triste por não estar triste, porque assim não consigo escrever!!

Quero focar palavras e ideias, choros e neblinas, sombrios e chuvosos... mas nada sai daqui.

Este Lindo Fim desculpa, parece ridículo tudo isto.
estou acordado para nada, e nada assim germina dentro de mim.

já escrevi que não queria fazer parte de muitos outros textos simplesmente espalhados, mas estou a sê-lo. 


Apagando um pouco o futuro, e mais uma vez achando que não




terça-feira, 6 de novembro de 2012

Image Stabilization






E vou desbravando, com medo, o caminho que vem a seguir.
E vou seguindo, com medo, o caminho que venho a sentir.
E vou seguindo, amando, o caminho que vem a seguir.


Porque deve a noite brilhar como o dia?
Porque é que o dia não me exprime como a noite?
Salvo esta rara excepção, porque se não fosse rara, não seria excepção...
porque se não fosse de dia agora, não seria de noite.


In the house of time, nothing is truly in the present, not time, nor light.
North Light.


Quem sou não me parece que seja alguém...
vinda de um texto de à muito tempo
mas sem deixar de ter mérito, como beleza que é.









passado muito tempo... não volta o mesmo, não volta melhor...
embora seja melhor.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Lembra-me










Tentamos lembrar
talvez esquecer,
os golpes derramados
de talvez morrer.

Quando nos vimos,
e desistimos,
pela primeira vez.

E nossos olhos
não perguntavam
os porquês.



Meu amigo fica...
porque quero ficar...
nem que passes a fronteira,
para o futuro lugar.


Meu amigo chora
e não quero chorar,
mas choro por ele...
para o futuro lembrar.





You remember the name of the town...
Zihuatanejo.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Os teus olhos











Dou-te as flores dos meus olhos
para nunca mais esquecer,
de que ando para aqui
num bonito mal viver.

Agarra o que tens,
nas mãos não tens nada.
Já não me fazes
subir outra escada.


O que tinha-mos não era.
O que temos não foi.

sábado, 1 de setembro de 2012

Ele ouvia bem demais







Why aren't you painting? 
To me this scene is beyond belief!

A scene that looks like a painting does not make a painting. If you take the time to look closely, all of nature has it's own beauty. 
And when that natural beauty is there, I just loose myself in it, and then, as if it is a dream... a scene just paints itself for me.
Yes! I consume this natural setting, I devour it completely and whole, and then, when I'am through, the picture apears to me complete. 
But it is so difficult to hold it inside.


Then what do you do?



I work! I slave! I drive myself like a locomotive!




É realmente difícil de acreditar...

...nos sonhos de Kurosawa.

domingo, 12 de agosto de 2012

Velho e Nevoeiro










Estou a falar muito ao longe
de silêncio e meia luz,
da forma mais bela!
mas que em nada se traduz.


Não há novo e chuva
que por onde entre o sol
se nasça velho e nevoeiro.
Para a tua terra que não escrevo.


Aquilo por onde pensar nesta ânsia,
onde nada se respira mas despir
como deve de ser, aquilo que encontrar,
para onde chegar para partir.


Estou a falar muito ao longe,
mas muito ao pé de mim,
de silêncio e meia luz.
vivendo-te assim.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Primeira página (uma história)




É bonito porque é o fim,
mas o fim nunca é bonito.


Estou a falar muito ao longe.


Gostas?
Isso não existe.


Silêncio e meia luz.


444 321


Para a tua terra que não escrevo.


Todo o sofrimento do mundo,
espelhado por mim
e escrito não sei por quem.


A arte é a eteriedade que o ar tem em relação ao vento.



domingo, 22 de julho de 2012

A culpa é tua.


     


     Ele caminha na floresta, caminho já feito toda a vida e de este momento em diante. Sempre igual caminho, surpreendo-o com uma luz no meio da noite, no meio das árvores que escorrem pequenas e finas gotas da mais pura água que banha toda a área possível. Ainda que pura, finas e pequenas suas gotas, ela é negra, ou melhor, deixa a floresta negra.
     E ainda outra vez, surpreende-se o homem com pássaros que o sobrevoam no alto, bem alto, bem longe. Mas prossegue.Triste, uma tristeza forte, prova da não ausência de sentimentos que transtorna todo o existente.E os pássaros continuam, e as luzes também... e a chuva. 
     PÁRA, a chuva, as luzes, os pássaros... continuam presentes. Essas confusões, que por mais que as tentemos mudar, por mais que tentemos parar... continuam. E ele lembra-se disso, lembra-se e permanece, parado, escultural, formal. Durante todo um ano, ele ficou ali... ao que certos, os pássaros saíram, e as luzes pararam, e com eles a escuridão se aclarou até ficar de dia. Nesse momento, ele que nunca tinha conhecido nada se deparou com um bonito dia de grandiosa luz e maior harmonia. Nesse momento ele não sentiu nada. Nesse momento e para sempre ele não sentiu nada. 
     A tristeza abandonou-o, deixando para trás a ausência, o corpo, a silhueta... a chuva.




quinta-feira, 5 de julho de 2012

O lápis que esquece











A amnésia que me dá
ao olhar para traz
e nunca mais voltar.

A lógica aparece acordou
e vamos tentar correr
e nunca mais voltar.

Mas esqueço-me de te contar
o que me aconteceu hoje.
por fim regressar
e nunca mais voltar.

Cidade Branca que me tens,
absorvido em ti.
não quero sair daqui.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

não há mais nada. / só para ti

  

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Por entre linhas se parece tudo enorme e bonito, 
nada existe, mas é tudo tão belo que me deixo levar pelo inconsciente. 
Já sei como acaba, 
já o acabei muitas vezes, 
mas continuo, 
e continuarei para sempre agarrado a tudo. 
Não há mais nada neste textos, 
eles não existem, 
eles são só a reflexão deste, 
este é tudo, 
por isso não se vê, 
por isso ele é só para mim, 
por isso ele é só para ti.